Boletim de Pesquisa e Desenvolvi FARELO DE MAMONA INDUSTRIALMENTE DESTOXIFICADO NA ALIMENTAÇÃO DE OVINOS
Palavras-chave:
Ricinus communis, subproduto, nutrição de ovinosSinopse
Objetivou-se com o presente estudo avaliar o consumo, desempenho, e parâmetros sanguíneos de ovinos alimentados com farelo de mamona industrialmente destoxificado como fonte alternativa de proteína. O experimento foi conduzido no Núcleo de Ensino e Estudos em Forragicultura do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal do Ceará – NEEF/DZ//UFC, localizado em Fortaleza – CE. O período experimental teve duração de 77 dias, com período de adaptação dos animais às dietas e ao ambiente experimental foi de 14 dias. Foram utilizados 24 machos não castrados, com 18 kg ± 2,23 de peso corporal e aproximadamente sete meses de idade, sendo 12 ovinos da raça Morada Nova e 12 ovinos da raça Santa Inês. Os animais foram distribuídos em um delineamento inteiramente casualizado com arranjo fatorial 3 x 2, sendo três dietas (concentrado a base de farelo de soja – FS; de farelo de mamona dessolventizado - FMD; e de farelo de mamona dessolventizado peneirado – FMDP, tendo feno do capim-tifton 85 (Cynodon sp.) como volumoso) e duas raças ovinas (Morada Nova e Santa Inês), com quatro repetições (ovinos). O farelo de mamona foi coletado na saída do processo de dessolventização no processo normal de extração de óleo da indústria Azevedo Óleos e não foi submetido a nenhum tratamento adicional para destoxificação. Para um dos tratamentos, utilizou-se uma fração granulométrica mais fina do farelo de mamona passado em uma peneira com malha 30 mesh (orifícios de 0,5 mm). Não foi observada interação (P>0,05) entre genótipo e dieta e nem de dieta (P>0,05) para nenhuma variável de desempenho avaliada. Para genótipo houve efeito (P<0,05) apenas para peso final (PF), ganho de peso total (GPT) e número de dias para ganhar 12 kg (ND12). Não houve diferença (P>0,05) de genótipo, dieta e nem de interação entres esses fatores para os parâmetros sanguíneos TGO e TGP, onde a média dos resultados encontrados estão dentro dos valores de referência (98 a 278 UI L-1) e (60 a 84 UI L-1). O parâmetro ureia sanguínea apresentou diferença significativa (P>0,05) para dieta, sendo o FMDP com valor superior. Não foram observados sintomas visuais, alterações bioquímicas no sangue ou queda de desempenho que pudessem ser associados a toxicidade nos ovinos alimentados com o farelo de mamona industrialmente destoxificado e o desempenho dos ovinos foi similar entre o farelo de mamona e o farelo de soja.